O Projeto Canal do Sertão Pernambuco tinha uma proposta de área irrigável no Araripe estimado em 110.000 há. A iniciativa da viabilidade do projeto inclui uma administração fundiária, organização de produtores, apoio em administração, operação, manutenção, assistência técnica e capacitação de técnicos e agricultores na fase de operação inicial. O projeto era um sonho para o o sertanejo do Araripe que enfrenta a maior seca dos últimos 30 anos.
Tudo isso agora fica mais longe com a publicação do novo edital que indica algumas alterações de suma importância para a Região. Oito cidades da região, segundo o edital, foram eliminadas, deixando apenas Santa Cruz e Santa Filomena beneficiadas com o canal. O tão esperado projeto faz parte dos sonhos do sertanejo há quase 15 anos e foi idealizado pelo ex-deputado Osvaldo Coelho
O Canal do Sertão tem a finalidade de contribuir para o desenvolvimento da região através da agricultura irrigada, dentro da sustentabilidade ambiental, elevar a produção e a produtividade das safras agrícolas, gerando renda, aumento da oferta de alimentos e propiciando a abertura de empregos diretos e indiretos, que podem chegar a 100.000 (cem mil empregos diretos) só para o Araripe.
A importância do projeto gera uma expectativa de desenvolvimento para a região que é uma das mais castigadas pela seca em todo o semiárido. Além de contribuir para a produtividade das safras agrícolas, o projeto também viabiliza a plantação de cana de açúcar que pode servir de matriz energética e contribuir para a salvação da caatinga.
A região de abrangência do projeto beneficiava diretamente o submédio São Francisco, em sua margem esquerda, e abrange terras dos municípios de Casa Nova, no Estado da Bahia e Petrolina, Afrânio, Dormentes, e na região do Araripe contemplava Santa Filomena, Santa Cruz, Ouricuri, Trindade, Araripina, Ipubi, Bodocó, Granito, Exu, Parnamirim, Moreilãndia, Cedro e Serrita. Conforme o edital, na região do Araripe apenas Santa Filomena e Santa Cruz continuam na rota do projeto.
Antonio Fernando, funcionário público de Ouricuri, unido a Assis Junior (presidente CDL), sindicato e vereadores defendem a iniciativa de promover uma audiência pública para reivindicar direitos do sertanejo e políticas de desenvolvimento para a Região. Ouricuri estava contemplado com quase 45.000 (quarenta e cinco mil) hectares de irrigação e Bodocó com uma área de pelo menos 9.000 (nove mil) hectares.
A audiência pública está sendo articulada para realizar-se no dia 31 de outubro em Ouricuri. Serão convidadas para participar da audiência, sociedade política, sociedade civil, governo, sindicatos, CODEVASF e todos os que podem contribuir para o debate e ajudar nas reivindicações de um povo atormentado com a seca que assola sem piedade.
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