Atenta
aos impactos do uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos, a
Secretaria Estadual de Saúde (SES) financiará ações em 15 municípios
pernambucanos considerados prioritários – onde o uso de agrotóxicos e
seus problemas são mais intensos – a ampliarem suas ações de vigilância
quanto ao uso dessas substâncias por agricultores.
As cidades de Água Preta, Aliança, Barra de Guabiraba, Belém do São
Francisco, Bezerros, Cabrobó, Camocim de São Félix, Goiana, Gravatá,
Itambé, Lagoa Grande, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Sirinhaém e
Vitória de Santo Antão receberão repasse de R$ 40 mil para implementar
ações, totalizando R$ 600 mil em repasse de recursos oriundos do
Ministério da Saúde. O repasse será efetuado aos municípios após serem
enviados planos de ações à SES.
Os municípios foram selecionados após diagnóstico da SES com base no
Censo Agropecuário, na Pesquisa Agrícola Municipal do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e em análises de resíduos
de agrotóxicos em alimentos realizadas pela Agência Pernambucana de
Vigilância Sanitária (Apevisa) e Agência de Defesa e Fiscalização
Agropecuária de Pernambuco (Adagro).
“A seleção dos municípios obedeceu a alguns critérios, todos baseados
em dados fornecidos por essas instituições. Entre elas, área plantada
de determinadas culturas (cana de açúcar, uva e manga – maiores
monoculturas do Estado) e amostras de resíduos de agrotóxicos em
alimentos que apontaram substâncias não autorizadas ou acima do máximo
permitido”, diz o técnico da Vigilância das Intoxicações Exógenas da
Gerência de Atenção à Saúde do Trabalhador da SES, Pedro Albuquerque.
Entre os alimentos com maior proporção de amostras insatisfatórias
estão pimentão (91%), repolho (41,7%), couve flor (40%), uva (35,5%) e
alface (33,3%). “A porcentagem indica, por exemplo, que 91% dos
pimentões produzidos no Estado estão com índices insatisfatórios em
relação à utilização dessas substâncias. É importante ressaltar que não
se pode deixar de comer esses alimentos, fundamentais para uma
alimentação saudável, mas comprá-los em locais que monitoram a produção
de seus fornecedores ou mesmo nas feiras agroecológicas, onde o alimento
é mais saudável”, explica Pedro Albuquerque. As amostras de alimentos
foram coletadas durante todo o ano de 2012 pela Adagro.
“O planejamento de ações de vigilância em saúde de populações
expostas a agrotóxicos deve ser realizado pelas secretarias municipais,
que assumirão o compromisso de implementar atividades em três eixos
principais: promoção, vigilância e atenção primária em saúde”, comenta a
diretoria-geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em
Saúde da SES, Luciana Albuquerque.
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