terça-feira, 15 de outubro de 2013

SES financiará ações de vigilância de populações expostas a agrotóxicos

Atenta aos impactos do uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) financiará ações em 15 municípios pernambucanos considerados prioritários – onde o uso de agrotóxicos e seus problemas são mais intensos – a ampliarem suas ações de vigilância quanto ao uso dessas substâncias por agricultores.
As cidades de Água Preta, Aliança, Barra de Guabiraba, Belém do São Francisco, Bezerros, Cabrobó, Camocim de São Félix, Goiana, Gravatá, Itambé, Lagoa Grande, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Sirinhaém e Vitória de Santo Antão receberão repasse de R$ 40 mil para implementar ações, totalizando R$ 600 mil em repasse de recursos oriundos do Ministério da Saúde. O repasse será efetuado aos municípios após serem enviados planos de ações à SES.
Os municípios foram selecionados após diagnóstico da SES com base no Censo Agropecuário, na Pesquisa Agrícola Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e em análises de resíduos de agrotóxicos em alimentos realizadas pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) e Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro).
“A seleção dos municípios obedeceu a alguns critérios, todos baseados em dados fornecidos por essas instituições. Entre elas, área plantada de determinadas culturas (cana de açúcar, uva e manga – maiores monoculturas do Estado) e amostras de resíduos de agrotóxicos em alimentos que apontaram substâncias não autorizadas ou acima do máximo permitido”, diz o técnico da Vigilância das Intoxicações Exógenas da Gerência de Atenção à Saúde do Trabalhador da SES, Pedro Albuquerque.
Entre os alimentos com maior proporção de amostras insatisfatórias estão pimentão (91%), repolho (41,7%), couve flor (40%), uva (35,5%) e alface (33,3%). “A porcentagem indica, por exemplo, que 91% dos pimentões produzidos no Estado estão com índices insatisfatórios em relação à utilização dessas substâncias. É importante ressaltar que não se pode deixar de comer esses alimentos, fundamentais para uma alimentação saudável, mas comprá-los em locais que monitoram a produção de seus fornecedores ou mesmo nas feiras agroecológicas, onde o alimento é mais saudável”, explica Pedro Albuquerque.  As amostras de alimentos foram coletadas durante todo o ano de 2012 pela Adagro.
“O planejamento de ações de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos deve ser realizado pelas secretarias municipais, que assumirão o compromisso de implementar atividades em três eixos principais: promoção, vigilância e atenção primária em saúde”, comenta a diretoria-geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde da SES, Luciana Albuquerque.

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