
Nem
bem amanhece e o movimento já é grande nas lavouras de cana-de-açúcar.
Na cidade do Crato, no sul do Ceará, uma parte da cana vai de caminhão
para as destilarias de álcool e a outra é vendida por R$ 60 a tonelada
ao governo de Pernambuco.
O
destino da carga são os criadores do estado, que precisam alimentar o
rebanho em tempos de seca. Doze pólos do projeto funcionam na segunda
maior bacia leiteira de Pernambuco, onde não existe mais pasto para o
gado. E é por causa desse programa, que a fábrica de Bodocó conseguiu
manter a produção de queijo com 10 toneladas por mês.
Os
animais estão se alimentando melhor e a produção de leite também é
mantida. “É um programa emergencial, que visa amenizar a situação
crítica da seca na região”, explica Alexandre Andrade de Lima,
presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Açúcar de
Pernambuco.
Além
de Bodocó, outros municípios do sertão pernambucano como Exu, Granito e
Ouricuri também são beneficiados pelo programa ‘Operação Seca’. Mais de
150 mil bovinos de três mil criadores se alimentam da ração trazida do
cariri cearense.
Para
alguns criadores, nem essa ajuda está resolvendo o problema. Romero
Peixoto, por exemplo, mesmo com a cana que recebeu de graça, precisou
vender parte do rebanho de 40 cabeças. “O concentrado a gente encontra
com facilidade, mas o volumoso, não, porque as roças estão limpas. Tive
que me desfazer para não ver morrer”, diz. (Do G1)
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