Ação política foi positiva para os dois, mas é cedo para saber o efeito real
Dilma e Aécio perdem, mas tucano é no momento o mais prejudicado
Blog de Fernando Rodrigues

Falta um ano para a sucessão de Dilma Rousseff. Será em 5 de outubro de 2014.
A permanência
de Marina Silva no jogo reforça a candidatura de Eduardo Campos. Mas é
necessário verificar se a soma da intenção de voto de ambos vai se
materializar nas próximas pesquisas. Sobretudo se Marina e Campos
conseguirão ampliar esse patrimônio que até agora mantinham separados.
É também
preciso considerar que a eleição presidencial caminhava para ter 4
candidatos competitivos em 2014: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva
(Rede), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Agora, restam
3 pré-candidatos na disputa. Quantos menos candidatos houver, mais
chances de a eleição se encerrar no primeiro turno. Exatamente como
deseja João Santana, o marqueteiro de Dilma.
Seria útil se
algum instituto de pesquisa fizesse um teste além dos cenários
tradicionais. Em geral, só os nomes dos candidatos a presidente são
apresentados aos entrevistados.
Dada a atual
conjuntura, o ideal seria também averiguar agora as possíveis chapas
completas na pesquisa. Já há, pelo menos, duas possibilidades reais:
Dilma Rousseff (PT) & Michel Temer (PMDB) e Eduardo Campos (PSB)
& Marina Silva (Rede). Essas duas duplas poderiam ser testadas numa
simulação de segundo turno.
No caso de Aécio Neves (PSDB), ainda não há ainda indicação de quem pode ser o candidato a vice-presidente.
Aécio é no
momento o maior derrotado com a aliança entre Marina e Eduardo Campos. O
tucano assistiu à segunda colocada na pesquisa embarcar na canoa do
quarto colocado. Ele, Aécio, ficou espremido no terceiro lugar, no
patamar próximo de 12% das intenções de voto –um pouco mais, um pouco
menos.
Dilma
Rousseff e o PT também perdem? Perdem, com certeza. Há agora uma chapa
de oposição –ou aliança programática, no jargão dos políticos– com poder
para agregar mais forças ao longo do caminho.
Ainda assim, é inegável que para Dilma é mais confortável disputar contra 2 candidatos do que contra 3 nomes competitivos.
Eis, a seguir, o saldo para cada uma das forças políticas na eleição presidencial de 2014:
Dilma Rousseff (PT):
perde porque viu nascer uma possível chapa competitiva e com discurso
capaz de repercutir em parte considerável do eleitorado descontente com o
desempenho do governo federal. Mas a petista também tem agora o
conforto de disputar a eleição contra menos adversários de peso.
Qual é o fator que mais pesa contra Dilma no momento? A expectativa ruim a respeito da economia. O Brasil está em baixa no imaginário dos agentes econômicos nacionais e internacionais. A menos que o PIB surpreenda, a reeleição de Dilma ficará em risco em 2014
Qual é o fator que mais pesa contra Dilma no momento? A expectativa ruim a respeito da economia. O Brasil está em baixa no imaginário dos agentes econômicos nacionais e internacionais. A menos que o PIB surpreenda, a reeleição de Dilma ficará em risco em 2014
Eduardo Campos (PSB): perdeu Ciro Gomes (que deixou o PSB) e ganhou Marina Silva. Uma troca vantajosa.
Marina Silva completa o projeto do governador de Pernambuco com quase tudo que faltava ao cacique do PSB: projeção nacional, um discurso neomoderno e uma tropa de militantes nas redes sociais.
O pessebista também tem feito o dever de casa. Esforçou-se para entrar no establishment do Sudeste. Tem mantido contato regular com empresários e banqueiros.
O que falta a Eduardo Campos: uma melhora nas pesquisas de opinião, demonstrando que vai chegar com força em 2014. Falta também tempo de TV e rádio ao candidato, e isso vai depender de quantos partidos nanicos e médios ele conseguirá atrair para o seu projeto.
Marina Silva completa o projeto do governador de Pernambuco com quase tudo que faltava ao cacique do PSB: projeção nacional, um discurso neomoderno e uma tropa de militantes nas redes sociais.
O pessebista também tem feito o dever de casa. Esforçou-se para entrar no establishment do Sudeste. Tem mantido contato regular com empresários e banqueiros.
O que falta a Eduardo Campos: uma melhora nas pesquisas de opinião, demonstrando que vai chegar com força em 2014. Falta também tempo de TV e rádio ao candidato, e isso vai depender de quantos partidos nanicos e médios ele conseguirá atrair para o seu projeto.
Aécio Neves (PSDB):
o tucano é o maior prejudicado. Está há meses empacado no mesmo lugar
nas pesquisas, na terceira colocação. Pode perder a posição se Campos
herdar os votos de Marina.
Pior ainda: Aécio foi imprudente ao deixar o Brasil justamente na semana mais decisiva desta fase da campanha (está em Nova York). O tucano reforça a imagem de político preguiçoso, “bon vivant” e de alguém pouco comprometido com o projeto de ser candidato. Afinal, como é possível imaginar que tenha marcado para esta semana sua saída do país, justamente quando dezenas de políticos estavam decidindo em qual partido estariam filiados para 2014? Ou mais: sabendo que Marina Silva enfrentaria um dilema por causa do fracasso do pedido de registro da Rede, Aécio poderia (ou até deveria) ter feito um gesto para se aproximar da eventual aliada.
Enfim, a estratégia do tucano foi uma catástrofe de marketing –e foi decidida por ele próprio.
Pior ainda: Aécio foi imprudente ao deixar o Brasil justamente na semana mais decisiva desta fase da campanha (está em Nova York). O tucano reforça a imagem de político preguiçoso, “bon vivant” e de alguém pouco comprometido com o projeto de ser candidato. Afinal, como é possível imaginar que tenha marcado para esta semana sua saída do país, justamente quando dezenas de políticos estavam decidindo em qual partido estariam filiados para 2014? Ou mais: sabendo que Marina Silva enfrentaria um dilema por causa do fracasso do pedido de registro da Rede, Aécio poderia (ou até deveria) ter feito um gesto para se aproximar da eventual aliada.
Enfim, a estratégia do tucano foi uma catástrofe de marketing –e foi decidida por ele próprio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário