Aprendi
desde cedo que a coisa mais valiosa de um homem é a sua palavra. A
honra e o bom caráter edificam o ser humano e distingue homens de
meninos. Ter personalidade, opinião própria e se manter fiel aos seus
pensamentos, à sua índole e batalhar pelos seus ideais são ensinamentos
que carrego de berço, lições que aprendi à duras custas. E é justamente a
ausência desse comprometimento que causa cada vez mais repulsa no
cidadão quando esse decide espiar o que acontece dentro das salas do
Congresso Nacional.
Um político, em tese, é
eleito para defender os anseios do seu eleitor. Se hoje ocupa uma
cadeira no parlamento, o faz porque expôs seus desejos e promessas e,
com isso, atraiu os olhares de uma parcela que, unida, o designou como
seu representante. É obrigação desse político se manter fiel não somente
aos seus, mas aos ideais daquele grupo que ele fez questão de invadir
as casas para pedir votos.A sessão que manteve o mandato do deputado federal Natan Donadon é a mais pura prova de que o Congresso Nacional, hoje, é constituído por uma ampla maioria de meninos. Os homens, aqueles que honram as calças que vestem, são poucos, quase raros.
A vontade de se manter no poder e continuar a ocupar uma cadeira na Câmara Federal é legítima e até natural, desde que esse feito não venha pela omissão diante de uma batalha que, venhamos e convenhamos, não era das mais difíceis. O corporativismo dentro da “casa do povo” enoja. Pior do que votar contra ou a favor é fugir da briga e, com o rabo entre as pernas, inventar as mais tristes e vergonhosas desculpas para tentar justificar o injustificável.
O episódio da última quarta-feira foi lamentável. Um condenado pelo Supremo Tribunal Federal se ajoelhar para agradecer a ajuda de algumas dezenas de meninos, colegas de bancada, é lamentável.
O Brasil precisa acordar e voltar às ruas. Voltaram a zombar com a cara do povo.
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